Declaração de Lula sobre traficantes causa indignação e é repudiada por autoridades e sociedade
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Ao afirmar que “traficantes e usuários são vítimas”, presidente é criticado por banalizar o crime e desrespeitar famílias afetadas pela violência
A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que “traficantes são vítimas dos usuários”, provocou forte reação e repúdio em todo o país. O comentário, considerado insensato e desconectado da realidade, foi recebido com indignação por autoridades da segurança pública, parlamentares e pela sociedade civil, que enxergaram na fala uma tentativa de vitimizar criminosos responsáveis por alimentar a violência que atinge diariamente milhares de famílias brasileiras.
Durante evento internacional, Lula afirmou que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que também são vítimas da sociedade”. A frase gerou imediata repercussão negativa e foi interpretada como um gesto de condescendência com o tráfico e seus agentes.
Reação imediata e repúdio generalizado
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, classificou a fala como “um absurdo completo”, destacando que “traficantes não são coitadinhos, são criminosos que destroem vidas e comunidades”. Parlamentares da oposição e até aliados moderados demonstraram desconforto com o tom do presidente.
Nas redes sociais, políticos e especialistas em segurança pública reforçaram que o tráfico é uma das principais fontes de violência e corrupção no país, e que o Estado deve tratar o tema com responsabilidade e firmeza. “Tratar traficante como vítima é um desrespeito às mães que perderam filhos para o crime e às famílias que vivem sob o medo”, afirmou um deputado federal goiano.
Especialistas criticam distorção da realidade
Para especialistas, a fala do presidente revela desconhecimento da complexidade do problema. O sociólogo e analista de segurança pública Rodrigo Molica afirmou que “confundir desigualdade social com justificativa para o crime é um equívoco grave que prejudica o debate sobre políticas públicas eficazes”.
Outros analistas ressaltam que a política antidrogas deve equilibrar prevenção e repressão, mas sem relativizar o papel dos criminosos. “É preciso oferecer tratamento aos dependentes, mas quem lucra com o tráfico e espalha violência não pode ser tratado como vítima”, completou Molica.
Governo tenta conter danos
Diante da repercussão negativa, o Palácio do Planalto divulgou nota afirmando que o governo “não tolera o tráfico de drogas” e que o presidente “se referia à necessidade de políticas sociais para evitar que jovens ingressem no crime”. Mais tarde, Lula tentou se retratar nas redes sociais, dizendo que sua fala foi “mal colocada” e reafirmando ser contra o crime organizado.
Apesar da correção, o episódio reforçou o desgaste político do presidente em temas ligados à segurança pública — área em que a população tem cobrado mais ações efetivas e menos discursos ideológicos.
Sociedade pede respeito às vítimas
Entidades ligadas a familiares de vítimas da violência manifestaram repúdio à declaração. “É inaceitável que um chefe de Estado trate criminosos como vítimas. Quem sofre de verdade é quem perde a vida por causa do tráfico”, declarou a presidente de uma associação de mães de jovens assassinados em confrontos com o crime.
O episódio expõe a necessidade de maior sensibilidade e responsabilidade no discurso público sobre segurança. Para a maioria dos brasileiros, o tráfico de drogas não é um problema de “coitadinhos”, mas um desafio nacional que exige coragem, ação firme e respeito à lei.

