Consciência Negra 2025 transforma Museu Nacional em arena de memória, formação e resistência

Published On: 18/11/2025 11:50

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Programação entre 20 e 22 de novembro reúne palestras, oficinas, rodas de conversa e ações de valorização da cultura afro-brasileira

A celebração do Dia da Consciência Negra deste ano ocupará pela primeira vez a área externa do Museu Nacional da República, que se tornará um grande espaço dedicado à memória, à cultura e ao enfrentamento ao racismo. De 20 a 22 de novembro, a programação gratuita do Consciência Negra 2025 reunirá atividades educativas, artísticas e comunitárias voltadas à valorização da ancestralidade afro-brasileira.

Instituída no calendário oficial do Distrito Federal pelo Decreto nº 46.529/2024, a data passa a contar com uma estrutura ampliada, organizada pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), em alinhamento com as diretrizes da Portaria Conjunta nº 23/2025. O documento, além de coordenar a celebração, criou um Grupo de Trabalho Interinstitucional responsável por fortalecer ações permanentes relacionadas à igualdade racial.

Formação, identidade e práticas antirracistas

A Sejus-DF preparou uma série de palestras temáticas sobre cultura negra, discutindo identidade, história e políticas de promoção da igualdade racial. Convidados de referência nacional participarão dos debates.

Um dos focos da edição será o letramento racial, com cursos que abordam direitos humanos, práticas antirracistas, enfrentamento ao racismo e a importância da ancestralidade. A iniciativa amplia o caráter pedagógico da programação e estimula transformações coletivas no cotidiano.

Afroempreendedorismo e experiências culturais

Ao longo dos três dias, o público encontrará um estande de afroempreendedorismo, com exposição e comercialização de produtos de artistas, artesãos e produtores negros do Distrito Federal. A ação reforça a autonomia econômica e a visibilidade da criatividade afro-brasileira.

Também estão previstas oficinas, rodas de conversa, painéis temáticos, contação de histórias, experiências gastronômicas e atividades voltadas à estética afro-brasileira integrando aprendizado, arte e celebração.

Participação social e fortalecimento das políticas públicas

Entidades da sociedade civil ligadas à pauta racial e integrantes do Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial (Codipir) foram convidadas para colaborar com a programação, reforçando o caráter participativo da celebração.

Idosos do programa Viver 60+, coordenado pela Sejus, também participarão das atividades. A presença do grupo evidencia o caráter intergeracional do evento e o compromisso do GDF em democratizar o acesso a ações de cidadania e cultura.

Compromisso com transformação social

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destaca que a celebração representa um avanço nas políticas de igualdade racial.
“Este é um momento de celebração, mas também de reflexão. Queremos que cada atividade seja um espaço de acolhimento, educação e valorização dos saberes da população negra. É uma agenda que reafirma o compromisso do GDF com o combate ao racismo em todas as suas formas.”

O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforça que a formação é um instrumento poderoso de mudança.
“As palestras, rodas de conversa e cursos de letramento racial são ferramentas de transformação. Celebrar o 20 de novembro é reconhecer a ancestralidade e construir caminhos mais inclusivos.”

Políticas de igualdade racial em expansão

A Sejus tem ampliado ações estruturantes para promover igualdade racial no DF, como a implementação da cota de 20% para estagiários negros, a reserva de vagas em concursos públicos e iniciativas de incentivo ao afroempreendedorismo.

Programas como Cidadania nas Escolas, parcerias com a OAB-DF, o protocolo de combate ao racismo em eventos culturais e a participação na campanha Cartão Vermelho para o Racismo fortalecem a atuação do GDF no tema. O Programa de Letramento Racial já capacitou mais de 5 mil pessoas.

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