“Estamos sendo vítimas de violência em todos os lugares”, alerta Damares Alves no Senado sobre a violência contra a mulher no DF
Senadora destaca aumento da criminalidade e cobra medidas urgentes para proteger mulheres na capital federal
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez um discurso contundente nesta terça-feira (11), no plenário do Senado Federal, denunciando o crescente aumento da violência contra as mulheres no Distrito Federal. A parlamentar alertou para a insegurança generalizada e a diversidade de locais e situações em que os crimes ocorrem, ampliando a vulnerabilidade das mulheres.
“A violência está em toda parte. Seja passageira ou motorista, dentro de casa, na rua, no transporte público ou até dentro de uma igreja, nós estamos sendo vítimas de violência”, afirmou Damares, citando casos recentes que chocaram a capital federal, como o assassinato de uma mulher grávida dentro de uma igreja, o estupro de uma passageira de aplicativo e a morte de uma motorista de transporte por aplicativo.
Combate à violência e articulação no Senado
À frente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado pelos próximos dois anos, Damares Alves pretende promover audiências públicas para discutir o avanço da criminalidade e os impactos da violência de gênero no país.
A senadora também criticou a atuação de facções criminosas e a disseminação do chamado “tribunal do crime”, que vem promovendo execuções brutais de mulheres sob falsos pretextos.
“Virou moda o tribunal do crime. Os líderes de facções que passaram para o Brasil o romantismo de que protegem as mulheres estão mentindo. Eles são covardes. Adolescentes e mulheres jovens estão sendo decapitadas apenas porque fizeram um sinal com a mão”, denunciou Damares.
Ela relembrou o caso de uma candidata a vereadora no Mato Grosso, assassinada após membros de uma facção criminosa confundirem um sinal em Libras com uma saudação a um grupo rival.
Reação às críticas
Damares também rebateu críticas sobre a frequência com que aborda o tema no Senado, reforçando a urgência do debate:
“O assunto não é repetitivo. Nós vamos falar de outra coisa quando pudermos entrar nos ônibus do Brasil sem sermos apalpadas, quando pudermos andar nas ruas de forma livre e segura.”
Violência crescente na capital federal
Os números reforçam a gravidade da situação. No Distrito Federal, 74% das mulheres já sofreram algum tipo de violência durante deslocamentos na cidade, incluindo importunação, assaltos e agressões, segundo pesquisa dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber.
Além disso, o Ligue 180, principal canal de denúncias de violência contra a mulher, registrou 84,3 mil denúncias até julho de 2024, um aumento de 33,5% em relação ao mesmo período de 2023. No DF, o crescimento foi de 27,72%, totalizando 1.940 denúncias.
Os dados mostram ainda que as principais vítimas são mulheres negras (1.182 casos), e que os agressores mais frequentes são os próprios esposos, companheiros ou ex-companheiros (717 casos). A faixa etária mais atingida está entre 40 e 44 anos (278 casos).
Diante desse cenário alarmante, a senadora reforçou a necessidade de políticas públicas mais eficazes e de um comprometimento maior das autoridades para garantir a segurança e a dignidade das mulheres.