Acusação de ordem para uso de força letal abala imagem de Ricardo Cappelli

Published On: 22/08/2025 16:15

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Declaração de Mariana Naime expõe ex-interventor da segurança do DF e coloca em xeque sua pré-candidatura ao governo local

O evento de 8 de janeiro de 2023 ganhou novo capítulo após declaração de Mariana Naime, esposa do coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime. Em entrevista ao jornalista Luís Lacombe, ela afirmou que o então interventor federal na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, teria dado ordem para uso de “força letal” contra manifestantes.

Segundo Mariana, a ordem foi recusada pelo coronel Naime, evitando o que ela descreve como um possível “derramamento de sangue”. A declaração teria sido corroborada em audiência por um ajudante de ordens do coronel.

Na época, Ricardo Cappelli foi nomeado interventor federal por decreto presidencial, permanecendo no comando da segurança pública do DF até o fim de janeiro de 2023. Hoje, Cappelli é presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e articula sua pré-candidatura ao Governo do Distrito Federal.

Documentos oficiais da intervenção, no entanto, não mencionam qualquer diretriz sobre uso de munição letal. Cappelli, em entrevistas anteriores, descreveu um cenário de tensão e enfrentamento com a cúpula da PMDF, mas nunca admitiu ter ordenado o emprego desse tipo de força.

O coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento de Operações da PMDF, foi preso preventivamente em fevereiro de 2023 e permaneceu 461 dias detido. Atualmente responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta omissão nos episódios de 8 de janeiro, ao lado de outros oficiais.

A fala de Mariana reacende a disputa sobre a cadeia de comando naquele dia e pressiona diretamente a imagem de Cappelli, já colocado no cenário político como pré-candidato ao GDF.

Até o momento, não houve manifestação pública de Ricardo Cappelli ou da ABDI sobre as declarações de Mariana Naime.

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