Presidente afirma ter dedicado 20 anos ao país e reafirma foco nos mais pobres, mas indicadores sociais e críticas expõem distância entre discurso e realidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a pedir o “voto consciente” da população para as eleições de 2026, alegando ter dedicado cerca de 20 anos de sua vida ao cuidado com o Brasil, especialmente com a parcela mais pobre da sociedade. A declaração, no entanto, reacendeu críticas sobre a efetividade de suas políticas ao longo desse período, diante da persistência da pobreza e das desigualdades sociais no país.

Ao reafirmar que seu governo mantém o foco nos mais pobres, Lula destacou programas sociais e ações voltadas à inclusão. Contudo, especialistas e opositores apontam que, apesar de sucessivos mandatos e forte protagonismo político desde o início dos anos 2000, o Brasil ainda convive com milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, insegurança alimentar e baixa renda.

Dados recentes e análises de economistas indicam que o ciclo de dependência de programas assistenciais não foi rompido, e que faltaram reformas estruturais capazes de gerar crescimento sustentável, emprego de qualidade e autonomia econômica para as famílias mais pobres. Para críticos, o discurso repete promessas antigas sem apresentar soluções concretas para problemas que atravessaram todos os governos liderados ou influenciados pelo petista.

A fala também foi interpretada como um movimento antecipado de Lula para influenciar o debate eleitoral de 2026, apostando na memória afetiva de parte do eleitorado. No entanto, setores da sociedade defendem que o voto consciente citado pelo presidente deve ser pautado em resultados objetivos, e não apenas em intenções ou narrativas históricas.

Com a aproximação do próximo ciclo eleitoral, a cobrança por efetividade nas políticas públicas tende a se intensificar, sobretudo entre os mais pobres  justamente o público que Lula afirma continuar priorizando após duas décadas de atuação política com o PT no comando do país.