Ex-governador, afastado da vida eleitoral por condenações ligadas à Operação Caixa de Pandora, recorre a ofensas pessoais contra Ibaneis Rocha e recebe repúdio por discurso incompatível com a vida pública

A cena política do Distrito Federal voltou a registrar um episódio lamentável neste fim de semana. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-governador José Roberto Arruda atacou o governador Ibaneis Rocha com ofensas pessoais, chegando a afirmar que o chefe do Executivo seria “feio por fora e por dentro”.

A fala, de tom agressivo e incompatível com a postura esperada de uma figura que já ocupou o mais alto cargo político do DF, foi imediatamente repudiada por lideranças e observadores políticos. A crítica pública — quando baseada em argumentos — é ferramenta democrática; já ataques de natureza pessoal, com conteúdo depreciativo e ofensivo, caracterizam desrespeito e descem ao nível da injúria.

Arruda, que teve seu mandato interrompido em meio à Operação Caixa de Pandora e enfrentou condenações na Justiça, voltou recentemente ao debate público tentando recuperar espaço político. Entretanto, seu discurso evidencia mais ressentimento do que contribuição ao debate democrático.

A Justiça Eleitoral já restabeleceu sua inelegibilidade, impedindo sua participação nas eleições de 2026. Analistas apontam que essa frustração tem motivado investidas agressivas e comportamentos que destoam do mínimo de civilidade esperada de quem já governou o Distrito Federal.

Ao atacar a aparência e a honra do governador, Arruda rebaixa o nível da discussão política e deixa claro que, para além das restrições jurídicas que enfrenta, carrega dificuldades em se recolocar de forma construtiva na vida pública. Brasília merece debates sobre propostas, resultados e futuro — não ofensas pessoais que apenas alimentam o clima de hostilidade e desinformação.

Em um momento em que o país busca pacificação institucional, atos como esse precisam ser firmemente repudiados. O Distrito Federal exige maturidade política — e quem já teve a oportunidade de governar deveria dar exemplo, não retroceder a ataques gratuitos e destituídos de conteúdo público.