Colônia de férias em biblioteca de Taguatinga diverte a garotada no fim do recesso

Published On: 07/02/2025 15:55

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Pães de queijo saindo do forno, um bolo de chocolate quentinho, milk shakes e biscoitinhos com glitter em diversos formatos – esses foram alguns dos destaques que marcaram a segunda edição da colônia de férias Sabores e Histórias, que utiliza atividades lúdicas para despertar o amor pela literatura nas crianças de Taguatinga. A programação, elaborada em parceria com a Secretaria de Educação (SEEDF), começou na quarta-feira (5) e terminou nesta sexta-feira (7), na Biblioteca Escolar Comunitária Valéria Jardim.

Turma com as mãos na massa: aprendizado fica mais divertido quando atividades lúdicas fazem parte da programação | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Durante as manhãs e tardes, crianças de 7 a 12 anos participaram gratuitamente das atividades, que contaram com mais de 80 inscrições. Cada dia abordou uma temática especial para os pequenos leitores. O primeiro tema foi “Corte e Costura Criativa”, e os participantes confeccionaram fantasias e acessórios inspirados em personagens literários, além de customizarem ecobags com trechos de livros ou ilustrações baseadas em suas leituras favoritas, incentivando a expressão artística e a criação manual.

Já no segundo dia, as crianças colocaram a mão na massa com a oficina “Gastronomia Literária”, onde o universo dos livros ganhou forma e sabor com a criação de receitas inspiradas em obras literárias da oficina “Histórias Comestíveis”. O terceiro dia teve como abordagem “Jogos Literários”, com uma caça ao tesouro literário que desafia as crianças a resolver pistas inspiradas nas páginas dos livros. O dia também teve sessões de contos interativos, durante as quais os participantes puderam escolher finais alternativos para clássicos da literatura.

Histórias na mesa

Alice Costa gostou da experiência: “Nunca aprendi a cozinhar um bolo, e hoje estou fazendo um igual ao da história”

Absorta na parte gastronômica do segundo dia da colônia de férias, Alice Barros de Medeiros Costa, de 7 anos, ficou empolgada para fazer um bolo pela primeira vez. “Eu não tinha nada para fazer em casa, então vim para cá”, contou. “Nunca aprendi a cozinhar um bolo, e hoje estou fazendo um igual ao da história”.

Júlia Dourado: “Aqui a gente lê tudo gratuito, sai um pouquinho do celular e faz amizades com pessoas novas”

Depois de se encantar com a história da Cinderela, Júlia Dourado, 10, reforçou a importância da colônia de férias para sair das telas e entrar na imersão que os livros físicos podem proporcionar: “Aqui a gente lê tudo gratuito, sai um pouquinho do celular e faz amizades com pessoas novas. Também aprendemos português e trabalhamos a imaginação, principalmente nos livros que não têm desenho”.

Luciane Azeredo, professora de gastronomia, elogiou o desempenho das crianças: “Na leitura elas têm toda essa questão imaginativa, e na cozinha estão vendo um pouquinho de lá se materializando, feito pelas próprias mãos”

Já para Henrique Antonioli, 9, a parte mais interessante da programação foi a oportunidade de fazer amigos – além dos momentos de degustação. “Estou me divertindo, fazendo amizades, e depois vai ser a merenda, que é a melhor hora do dia”, disse.

As atividades ocorreram com o auxílio de professores da SEEDF. Entre os profissionais que orientavam as crianças, a professora de gastronomia da Escola de Sabores, Luciane dos Santos Azeredo, lembrou que a junção da etapa literária com a culinária forma uma construção lúdica de extrema riqueza para as crianças.

“Na leitura elas têm toda essa questão imaginativa, e na cozinha estão vendo um pouquinho de lá se materializando, feito pelas próprias mãos”, comentou Luciane. É fantástica a materialização dessa imaginação, um doce na medida certa.”

Ganho para a comunidade

“Quando é desenvolvida de uma forma lúdica, a leitura chama mais atenção, e eles participam mais, porque não estão só em uma sala de aula consumindo conteúdo, estão praticando”

Sandra Barros, coordenadora da Biblioteca Escolar Comunitária Valéria Jardim

O projeto estimula a imaginação e a criatividade dos participantes oferecendo uma combinação de atividades práticas que integram literatura, gastronomia e artesanato, com foco no desenvolvimento motor, cognitivo e social das crianças. Para a coordenadora da biblioteca, Sandra Barros, o projeto promove a descoberta de novas formas de aprender e interagir com o mundo da literatura.

“São várias habilidades que as crianças estão adquirindo ao longo desses dias na colônia de férias”, avaliou a gestora. “Sabemos a dificuldade que as crianças têm pelo gosto da leitura e da escrita, ainda mais com o meio digital, então trabalhamos com o livro físico e a participação do aluno com o que ele entendeu da história. Quando é desenvolvida de uma forma lúdica, [a leitura] chama mais atenção, e eles participam mais, porque não estão só em uma sala de aula consumindo conteúdo, estão praticando e de fato colocando a mão na massa.”

Sandra observou que muitas crianças advindas de casas de acolhimento fazem parte do projeto. “Essas crianças, muitas vezes, não têm a oportunidade de sair daquele espaço para vivenciar coisas novas”, avaliou. “Fiquei emocionada quando uma criança disse ter sido o dia mais feliz da vida dela. Isso é muito gratificante”.

Fonte: Agência Brasília

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