Com a maior média de leitos de UTI do país, DF garante atendimento intensivo a pacientes graves

Published On: 06/01/2025 08:09

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“Sou um milagre vivo. Se não fosse a Unidade de Terapia Intensiva, os médicos e Deus, eu não estaria aqui para contar a minha história. Foi um caso muito grave, e a UTI foi essencial.” A declaração é da empresária Milena Hirle, 40 anos, que ficou 14 dias internada na UTI do Hospital Materno Infantil (Hmib), na Asa Sul, depois de sofrer uma hemorragia interna após o parto da filha Melinda, há cinco meses, no Hospital Regional de Sobradinho (HRS).

A empresária Milena Hirle é grata ao atendimento recebido no Hospital Regional de Sobradinho e no Hmib | Foto: Agência Brasília

De acordo com ela, o tempo entre a solicitação da UTI e a liberação do leito foi menor do que meia hora. Além da agilidade de atendimento, Milena aponta a qualidade da equipe médica como o diferencial para que ela tenha saído com vida do hospital. “Quando cheguei à UTI do Hmib, eles fizeram os exames necessários e uma junta médica resolveu fazer a retirada do útero. Se não fosse a UTI, eu teria morrido, porque foram os médicos de lá que identificaram a necessidade da cirurgia”, conta.

A sensação é parecida para o comerciante William Pereira Nascimento, 37 anos, que viu a filha Melinda ficar 33 dias na UTI neonatal do Hospital de Sobradinho (HRS). Prematura de 35 semanas, a bebê deu entrada na unidade com a respiração fraca e ofegante. “Em menos de meia hora minha filha já estava na UTI. Foram feitos todos os parâmetros e ligados todos os equipamentos”, lembra.

Para o pai, o nível de atenção dentro da unidade foi o que garantiu a melhora da bebê. “A atenção em uma UTI neonatal é essencial, pois, diferentemente de um adulto, o bebê não fala. Ou seja, ele precisa de atenção 24 horas. Sempre tinha profissionais e equipamentos excelentes à disposição da minha filha. Se não fosse a ajuda das médicas e das enfermeiras, ela não estaria em casa. No terceiro dia de UTI, minha filha estava praticamente desfalecida, e hoje ela está aqui com a gente, firme e forte”, diz William, entre lágrimas.

William Pereira Nascimento se emociona: “No terceiro dia de UTI,minha filha estava praticamente desfalecida e hoje ela está aqui com a gente firme e forte” | Foto: Agência Brasília

O desfecho positivo das histórias de Milena e Melinda é resultado de um sistema de saúde que acumula as maiores médias de leitos de UTI e de médicos intensivistas do país, segundo os dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib). O estudo revela que Brasília tem 76,68 leitos para cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 36,06. Já entre os médicos especialistas no cuidado de pacientes críticos, a densidade do DF é de 14,06 contra 4,94 do Brasil.

“É uma marca que nos deixa bastante felizes, no sentido de que é fruto do trabalho de uma equipe e de um conjunto de esforços que vem aumentando gradativamente, desde 2021, o número de leitos”, destaca a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. Atualmente, a rede conta com 624 unidades de terapia intensiva para atender a população, sendo 386 próprias e 238 credenciadas. “É importante nós salientarmos esse entrelaçamento entre a saúde pública e a privada para entregar cada vez um atendimento de excelência”, complementa a gestora.

Assistência diferenciada

Brasília tem 76,68 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 36,06 | Foto: Agência Saúde

Representante da Amib no Distrito Federal, o médico intensivista Marcelo Maia afirma que, ao longo dos anos, os conceitos em relação às UTIs foram se transformando no Brasil em virtude da melhor assistência. “Hoje temos dados da Associação de Medicina Brasileira [apontando ] que, a cada dez pacientes que entram na terapia intensiva, nove saem dela. No passado, a UTI era um ambiente tido como um local onde os pacientes entravam e não seriam mais recuperados”, comenta.

Segundo ele, a qualidade dos profissionais é o grande diferencial dos bons resultados da terapia intensiva. “São profissionais especializados e capacitados para o atendimento de pacientes críticos e graves, porque não adianta ter máquinas de alta tecnologia se os profissionais não são hábeis para lidar com elas, para que se tenha um desfecho seguro dos pacientes”, explica.

A maior concentração de médicos intensivistas é outro fator relevante para a melhor assistência. “Isso é muito importante, porque significa um maior acolhimento de pacientes que necessitam de unidades críticas. A média de ocupação de um leito de UTI é acima de dez dias. Quando você tem profissionais capacitados e habilitados, você reduz essa média para seis dias. Com isso, você praticamente dobra o número de leitos e consegue dar uma melhor assistência e desfecho aos assistidos”, avalia Marcelo Maia.

Fonte: Agência Brasília

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