Dia Mundial de Prevenção de Afogamentos reforça alerta no DF

Published On: 25/07/2025 10:36

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Samu-DF atendeu 42 ocorrências no primeiro semestre de 2025; supervisão de crianças, respeito às sinalizações e uso correto de equipamentos de proteção são medidas-chave para evitar tragédias silenciosas

Por que a data importa

Instituído pela ONU, o Dia Mundial de Prevenção de Afogamentos, celebrado em 25 de julho, chama governos e sociedade a adotarem medidas concretas para reduzir um evento que, apesar de altamente prevenível, segue causando mortes e sequelas graves em todo o mundo. No Distrito Federal, o tema ganha urgência: o Samu-DF registrou 42 ocorrências de afogamento entre janeiro e junho deste ano.

O retrato local

Segundo o serviço de emergência, os casos atendidos envolvem desde situações em piscinas residenciais até episódios em cachoeiras, lagos, represas e canais, além de acidentes domésticos com banheiras e caixas d’água. A orientação central do Samu-DF é clara: prevenção começa com supervisão ativa, principalmente de crianças, idosos e pessoas com limitações motoras ou cognitivas.

“Olho no olho, a um braço de distância: essa é a regra de ouro para crianças perto da água”, reforça a equipe do Samu-DF, que lembra ainda que boias de braço não substituem coletes salva-vidas certificados.

 

Como prevenir (antes, durante e depois)

Antes de entrar na água

Avalie o local: procure placas, correntes, profundidade e a existência de guarda-vidas.

Use colete salva-vidas em rios, lagos, represas e esportes aquáticos. Boias infláveis dão falsa sensação de segurança.

Evite álcool e outras drogas antes de nadar ou pilotar embarcações.

Ensine crianças: combine regras claras (“não entrar na água sem um adulto”, “não correr na borda da piscina”).

Mantenha piscinas cercadas com portões auto-travantes e trancas fora do alcance infantil.

Durante a permanência no local

Supervisão constante: nada de “só um minuto no celular”. Afogamentos são silenciosos e rápidos.

Respeite a sinalização e as orientações de guarda-vidas.

Entre na água por etapas para sentir a temperatura e a correnteza.

Não superestime sua capacidade de nado; o cansaço chega rápido.

Crie um “anjo da guarda”: um adulto designado a vigiar, sem se distrair, revezando a função entre os presentes.

Depois

Recolha brinquedos e flutuadores da piscina para não atrair crianças.

Tampe caixas d’água, cisternas e baldes em casas com bebês e crianças pequenas.

Sinais de afogamento (e por que ele é silencioso)

Ao contrário do que o cinema mostra, a vítima não grita nem agita os braços de forma ampla: ela costuma manter a cabeça baixa, boca ao nível da água, com movimentos curtos e ineficazes. Atenção para:

Incapacidade de responder quando chamada;

Postura vertical, sem propulsão eficaz;

Tentativas repetidas de “subir” na água;

Cansaço extremo após lutar contra correntezas.

O que fazer em caso de afogamento

1. Acione o socorro imediatamente:

Samu: 192

Corpo de Bombeiros: 193

2. Evite se tornar uma segunda vítima: lance um objeto flutuante, um galho, uma corda ou use equipamentos adequados.

3. Se souber e estiver seguro, realize o resgate com apoio (alcance, arremesso, reboque), nunca o “abraço direto” na água.

4. Após retirar a vítima, avalie a respiração:

Não respira? Inicie RCP (reanimação cardiopulmonar) até a chegada do socorro.

Respira, mas está confusa ou tossindo muito? Mantenha-a aquecida, de lado, e sob observação.

5. Mesmo que a pessoa aparente melhora, encaminhe para avaliação médica: água aspirada pode causar complicações pulmonares tardias.

Medidas estruturais que salvam vidas

Especialistas defendem um pacote integrado de ações públicas e privadas para reduzir os casos de afogamento:

Educação aquática e primeiros socorros nas escolas.

Cercamento obrigatório de piscinas em condomínios e clubes, com fiscalização periódica.

Placas de risco padronizadas em cachoeiras, lagos e represas de uso recreativo.

Ampliação de equipes de guarda-vidas em áreas de grande circulação.

Campanhas sazonais em períodos de férias e calor intenso.

Capacitação contínua de profissionais de educação física, turismo de aventura e condutores de embarcações.

Checklist rápido para pais, responsáveis e gestores de áreas de lazer

[ ] Crianças sempre a um braço de distância de um adulto.

[ ] Piscina cercada e com portão auto-travante.

[ ] Coletes salva-vidas homologados disponíveis e em bom estado.

[ ] Regras afixadas e conhecidas (profundidade, correnteza, proibição de mergulhos de cabeça).

[ ] Plano de emergência claro: quem liga, para qual número, quem inicia RCP.

[ ] Kit de primeiros socorros acessível.

[ ] Álcool e direção de embarcações: tolerância zero.

Afogamento é rápido, silencioso e quase sempre evitável. No DF, os 42 atendimentos do Samu-DF no primeiro semestre acendem um alerta para atitudes simples que salvam vidas: supervisão ativa, educação, sinalização, equipamentos corretos e resposta rápida em caso de emergência.

Em uma data dedicada à conscientização global, a ação local — dentro de casa, no clube, na cachoeira ou no lago — é o que faz a diferença entre a vida e a morte. Prevenir é sempre o melhor resgate.

Serviços de emergência

Samu-DF – 192

Corpo de Bombeiros – 193

Quando ligar: sempre que houver sinais de afogamento, inconsciência, dificuldade respiratória, convulsões, parada cardiorrespiratória ou qualquer situação de risco iminente à vida.

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