Fraude milionária na AMBEC respinga em Rodrigo Rollemberg
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Investigado pela PF, empresário que financiou campanha do ex-governador é apontado como sócio oculto de associação que movimentou R$ 100 milhões com aposentados na fra
A Polícia Federal investiga um esquema de fraudes envolvendo aposentados e uma entidade de fachada que movimentou mais de R$ 100 milhões em apenas três anos. No centro da apuração está o empresário Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (AMBEC), usada para captar milhares de filiados em tempo recorde e facilitar repasses políticos.
Entre os beneficiários das doações de Camisotti está o ex-governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), que recebeu R$ 25 mil durante a campanha de 2014. Na época, Rollemberg venceu a eleição e comandou o GDF entre 2015 e 2018. Agora, fora de cargos públicos, tenta retomar a carreira política por meio de recursos judiciais para garantir uma vaga na Câmara dos Deputados.
A ligação do ex-governador com Camisotti, embora não ilegal por si só, levanta suspeitas sobre a origem dos recursos usados em sua campanha e a relação com o empresário investigado. A AMBEC, da qual Camisotti seria sócio informal, viu seu número de filiados saltar de pouco mais de 20 para mais de 4 milhões em três anos — um crescimento de 20 milhões por cento. Essa base inflada teria sido utilizada para negociar serviços, firmar convênios e desviar recursos públicos com aparência de legalidade.
Além de Rollemberg, Camisotti também aparece como doador da campanha de Cinthia Ribeiro (PSDB), atual presidente do PSDB Mulher e ex-prefeita de Palmas (TO). Ela recebeu R$ 100 mil do empresário em 2020. A atuação dele nos bastidores políticos ainda foi citada durante a CPI da Covid, que o apontou como personagem recorrente em esquemas suspeitos relacionados a contratos públicos.
A conexão de nomes da política com figuras investigadas por crimes financeiros reacende o debate sobre o controle das doações eleitorais e o uso de associações como fachada para práticas ilícitas. Enquanto isso, Rollemberg ainda tenta manter sua relevância política apesar dos escândalos que começam a cercar sua trajetória.
O caso segue sob apuração da Polícia Federal, que busca rastrear o caminho do dinheiro movimentado pela AMBEC.O caso segue sob apuração da Polícia Federal, que busca rastrear o caminho do dinheiro movimentado pela AMBEC e identificar todos os beneficiados diretos ou indiretos da estrutura de fraudes. A suspeita é de que os recursos tenham servido não apenas para enriquecimento ilícito, mas também como moeda de troca para influência política.