O Governo do Distrito Federal (GDF) deu um passo estratégico na pauta ambiental ao lançar, durante a 17ª edição da AgroBrasília, um programa inovador que visa inserir os produtores rurais do DF no mercado de carbono. A ação é coordenada pela Emater-DF e tem como objetivo valorizar práticas agropecuárias sustentáveis, transformando-as em créditos de carbono negociáveis no mercado, o que pode representar uma nova fonte de renda para agricultores e contribuir diretamente no combate às mudanças climáticas.

A cerimônia de lançamento ocorreu nesta quarta-feira (21), no estande da Emater-DF, e reuniu autoridades do Executivo local, lideranças do setor rural, técnicos ambientais e produtores. A proposta foi recebida com entusiasmo por parte do público presente, que reconheceu o potencial da medida para fortalecer a produção responsável e ambientalmente correta no território brasiliense.

O programa será desenvolvido em parceria com instituições especializadas em mensuração e certificação de créditos de carbono, com foco em atividades como agricultura de baixo carbono, reflorestamento, recuperação de áreas degradadas e manejo sustentável de solo e água. A ideia é transformar boas práticas já em curso no campo em ativos valorizados economicamente.

“O produtor rural do DF é um dos mais tecnificados do país e está preparado para liderar essa nova etapa da agricultura sustentável. Com esse programa, queremos reconhecer quem já produz com responsabilidade ambiental e incentivar mais adesões ao modelo de baixo carbono”, explicou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval.

Apoio técnico e capacitação

A Emater-DF será a principal responsável por apoiar os agricultores no processo de adequação às exigências do mercado de carbono. A empresa pública prestará assistência técnica contínua, promoverá cursos de capacitação e fornecerá orientações sobre certificações ambientais. Também atuará como facilitadora entre produtores e empresas interessadas na compra de créditos.

Segundo os técnicos da Emater, o Distrito Federal tem grande potencial para se tornar referência nacional nesse segmento. Isso se deve tanto ao alto grau de organização do setor agropecuário local quanto ao uso crescente de tecnologias sustentáveis e à disponibilidade de áreas com baixa emissão de carbono.

Apoio do governo

A vice-governadora do DF, Celina Leão, participou do lançamento e destacou a importância de alinhar a produção rural às políticas ambientais. “A sustentabilidade não é mais uma escolha, é uma necessidade. Nosso campo pode e vai liderar esse processo. Este programa coloca o DF em posição de destaque no cenário nacional e internacional”, afirmou.

Ela também reforçou que o governo continuará incentivando práticas que combinem desenvolvimento econômico e conservação ambiental, criando um ciclo virtuoso para o setor rural.

Fase inicial e perspectivas

A proposta começa a ser implementada já em 2025 com a seleção de propriedades-piloto e a construção de metodologias para a quantificação dos créditos. A expectativa é que, até o início de 2026, os primeiros créditos de carbono gerados no DF estejam prontos para negociação no mercado nacional e internacional.

Cada crédito de carbono representa a redução ou remoção de uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera. Esses créditos podem ser adquiridos por empresas ou governos como forma de compensar suas emissões e cumprir metas ambientais.

Compromisso com o futuro

Ao lançar o programa, o GDF reforça seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e com o Acordo de Paris, contribuindo para a transição para uma economia de baixo carbono. A expectativa é de que a medida também atraia investimentos verdes para o DF e amplie a visibilidade internacional das boas práticas do agronegócio local.

Com a inserção no mercado de carbono, o Distrito Federal avança para consolidar-se como um território que alia produção agrícola de excelência com responsabilidade ambiental, tornando-se exemplo de como o campo pode ser protagonista no enfrentamento às mudanças climáticas.