Ignorado pelo PT, Cappelli mostra fragilidade política no DF
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Pré-candidato do PSB ao Buriti não teve espaço em reunião com Rui Costa e expõe divisão interna na esquerda brasiliense
O pré-candidato ao governo do Distrito Federal, Ricardo Cappelli (PSB), saiu enfraquecido da reunião realizada nesta terça-feira (1º), na Câmara Legislativa (CLDF), que contou com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. O encontro, organizado pelo deputado Chico Vigilante (PT), teve como pauta os investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que promete aplicar R$ 13 bilhões no DF, sem previsão concreta de execução.
Apesar de estar no plenário, Cappelli foi praticamente ignorado: não discursou, não integrou a mesa de debates e teve o nome citado apenas pelo presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), em menção protocolar de amizade. O episódio reforça a falta de espaço do socialista nas articulações locais e evidencia a resistência de setores do PT-DF, que rejeitam apoiar candidaturas externas.
Enquanto deveria estar à frente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entidade da qual é presidente, Cappelli se viu constrangido ao presenciar um encontro onde sua presença pouco ou nada influenciou. A situação deixa claro o racha entre PSB e PT no Distrito Federal, dois partidos que disputam protagonismo político, mas enfrentam dificuldades em firmar alianças consistentes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva insiste em bancar a candidatura de Cappelli, atendendo às pressões do ministro do STF Flávio Dino, aliado histórico do pré-candidato. Dino foi chefe de Cappelli no Maranhão e também o trouxe para o Ministério da Justiça. Ainda assim, a estratégia enfrenta forte rejeição da militância petista local, que vê o projeto como artificial e desconectado da realidade do DF.
Para agravar o cenário, o PT-DF não tem conseguido ajudar Lula a reverter sua baixa popularidade na capital federal. O aumento das tarifas de ônibus do Entorno, autorizado pela ANTT, atingiu diretamente trabalhadores de baixa renda e ampliou o desgaste do governo entre os brasilienses.
Nem mesmo nomes locais têm conseguido furar a resistência petista. Leandro Grass, ex-candidato ao GDF e hoje filiado ao PT, permanece isolado e alvo de desconfiança, sendo chamado de “cabrito novo” nos bastidores da legenda.
O encontro com Rui Costa, visto como uma tentativa de reforçar o Novo PAC no DF, acabou se tornando mais um episódio de exposição das fragilidades internas do campo governista e do desprestígio de Cappelli, cuja pré-candidatura segue sem adesão popular e sem força política real.
Matéria elaborada com base: Radar DF.