Mais de 320 mil animais tiveram atendimento gratuito no Serviço Veterinário Público do DF em 2024

Published On: 30/12/2024 09:23

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O Serviço Veterinário Público do Distrito Federal (Hvep), administrado pelo Instituto Brasília Ambiental, realizou 327.597 atendimentos entre janeiro e novembro de 2024, incluindo consultas, internações, cirurgias e exames. Nesse período, mais de 3 mil cirurgias foram realizadas. Localizado em Taguatinga, o Hvep completou cinco anos em 2024.

Moradora de Águas Lindas, a aposentada Maria Francisca de Novaes levou a vira-lata Linda ao Hvep e elogia o atendimento: “Tudo aqui é bem feito” | Fotos: Matheus H.Souza/Agência Brasília

Além de consultas, o hospital oferece exames complexos para diagnósticos precisos e cirurgias especializadas. A gestão e manutenção são realizadas pela Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), por meio de um contrato de R$ 43 milhões firmado com o Governo do Distrito Federal (GDF), em que é realizado um repasse mensal no valor aproximado de R$ 718 mil, com vigência prevista até novembro de 2026.

A diretora do Hvep, veterinária Lindiene Samayana, afirmou que houve um aumento no número da capacidade de atendimento diário do hospital, que passou de uma faixa de 80 animais para uma média de 150. As vagas são distribuídas entre clínica médica, cirurgia, ortopedia e especialidades. O tutor pode entrar no site do AgendaDF e fazer o agendamento online, que abre todo dia à meia-noite, ou presencialmente na unidade fixa.

Scarlleth Moura levou o pinscher Chico, de 10 anos, para ser atendido no Hvep: “O atendimento é excelente, são muito carinhosos com a forma de falar, tendo cuidado tanto com os tutores quanto com os animaizinhos”

A diretora do espaço destacou a importância da medicina veterinária no dia a dia dos tutores, não apenas para levar o atendimento ao pet como também a educação ao tutor. “Começou uma procura dos tutores não só para quando o animal está doente, mas para prevenir doenças, o que é muito importante. Antigamente havia muitos casos de doenças infecto-contagiosas e percebemos que esse número vem reduzindo, por meio de orientações como evitar o uso de anti-cio e manter as vacinas em dia. Hoje a medicina veterinária trata o cão e o gato não só como pet, mas como membro da família, porque para muitos tutores é assim”, explicou a profissional.

É o caso do pinscher Chico, de 10 anos de idade. Entre os atendimentos que ele já fez no hospital, estão uma pata quebrada, uma cirurgia de remoção do baço em 2021 e também o tratamento de uma hérnia e um lipoma em dezembro deste ano. A tutora do cachorrinho é a maquiadora artística Scarlleth Moura, 32, e descreveu todos os atendimentos como ágeis e cuidadosos.

“O atendimento é excelente, são muito carinhosos com a forma de falar, tendo cuidado tanto com os tutores quanto com os animaizinhos. Fizeram todo preparo antes e depois da cirurgia, o que fazer, tipo de alimentação e medicação. Foi maravilhoso, até porque a gente sabe que os tratamentos são caríssimos”, observou.

Scarlleth contou que uma clínica particular deu um diagnóstico de câncer, o que a deixou desesperada, com um dos exames que Chico precisaria fazer custando mais de R$ 1,7 mil. “Resolvi trazer ele aqui, fizemos os exames e vimos que não era isso, era um lipoma e a hérnia. Aí facilitou muito, porque tive o diagnóstico certo e sem todo esse custo. Muitas pessoas nem sabem que existe esse tipo de serviço aqui em Brasília e a gente tem essa acessibilidade, é maravilhoso. Às vezes o atendimento demora um pouquinho, porque são muitos animais, mas todo mundo trata a gente muito bem e todos são atendidos. Então vale muito a pena”.

Ampliação dos atendimentos

“Esse hospital foi a melhor coisa que já surgiu, porque a gente ama nossos bichinhos. E como tenho quatro é difícil para mim, porque não tenho condição de pagar exame, clínica e essas coisas”, diz a auxiliar de serviços gerais Predrina Cristina Silva Oliveira

Em 2020 o Hvep teve uma ampliação, adicionando um anexo e também profissionais da área. Atualmente são 110 funcionários, com 60 veterinários, equipe de limpeza, auxiliares veterinários e guarda noturno. A unidade também possui internação 24 horas, algo que não era oferecido antes da expansão, além de um novo equipamento de anestesia.

“Percebemos que em 2024 a gente recebeu um número um pouco maior que 2023. Antes a gente não tinha algumas especialidades que hoje o hospital possui, com nossa maior procura em cardiologia, oncologia, dermatologia e oftalmologia. Tivemos um avanço grande no atendimento, porque sabemos que uma consulta com um oncologista custa em média R$ 300. Estamos levando oportunidade para aqueles tutores que não têm condição de pagar uma consulta”, frisou a diretora do hospital.

A auxiliar de serviços gerais Predrina Cristina Silva Oliveira, 53, também já levou outros pets para atendimento no Hvep, que passaram por cirurgias no útero e tratamentos de sucesso na unidade. A pequena vira-latinha Polly, de 8 anos, aguardava no colo da tutora a vez de ser atendida para avaliar as glândulas mamárias. “Esse hospital foi a melhor coisa que já surgiu, porque a gente ama nossos bichinhos. E como tenho quatro é difícil para mim, porque não tenho condição de pagar exame, clínica e essas coisas. Aqui já fiz os exames, a ecografia, é muito bom mesmo e compensa para muita gente que precisa”, declarou.

Além da unidade fixa de Taguatinga, a unidade móvel do Hvep circula pelas cidades do Distrito Federal, permanecendo por três meses em cada região e ampliando o alcance do serviço

Outra novidade do ano foi o acréscimo na equipe de profissionais, que agora também conta com psicólogo e assistente social. Ao recordar da ocasião que foi atendida, a tutora Pedrina se emociona: “A gente é muito bem tratada aqui, muita gente não sabe, mas tem psicólogo. Um dia eu estava tão triste, chorando porque ela [Polly] foi fazer a cirurgia e eu estava sozinha. O médico veio, conversou comigo, me deu uma força e fui me acalmando. Foi muito bom mesmo”.

E o Hospital Público não atende só o DF, mas também dá acesso à saúde dos pets que vivem no Entorno com seus tutores, que avaliam a viagem até a unidade como um bom custo benefício. A aposentada Maria Francisca de Novaes, 59, por exemplo, foi de Águas Lindas até o Hvep com a vira-lata Linda e reforçou a essencialidade do serviço gratuito e da existência do espaço para atender não apenas o DF, mas o Entorno: “A importância é muito grande, senão todos esses animais que têm acesso hoje morreriam. O único espaço de tratamento que muitos deles têm é aqui. E tudo aqui é bem feito”.

Unidade Móvel

Além da unidade fixa de Taguatinga, há a unidade móvel do Hvep que circula pelas cidades do Distrito Federal, permanecendo por três meses em cada região e ampliando o alcance do serviço. Atualmente o serviço está na Administração Regional do Gama, com a distribuição de 10 senhas diárias a partir das 8h para os atendimentos, realizados de 8h às 12h. Os retornos são na parte da tarde, de 13h às 17h.

O programa realiza atendimentos de baixa complexidade, como exames clínicos e bioquímicos, de sangue e hemogramas, além de consultas de rotina, aplicação de medicação e curativo, se necessário. “Isso é muito importante para levar o serviço àqueles tutores que não conseguem chegar até nós”, reforçou a diretora do Hvep.

Vale ressaltar que a unidade móvel não oferece serviços cirúrgicos, castrações ou exames de imagem, como raio-X e ultrassom. Neste caso, os tutores devem agendar uma visita à sede fixa do Hvep, localizada no Parque Ecológico do Cortado, em Taguatinga. Além disso, a estrutura não comporta atendimentos de emergência ou de animais em estado grave – estes também devem ser encaminhados diretamente à sede.

 

Fonte: Agência Brasília

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