Minerais Estratégicos e Terras Raras: A Nova Disputa Geopolítica Global

Published On: 23/03/2025 09:00

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Os minerais estratégicos e as terras raras tornaram-se um dos principais pontos de tensão na geopolítica mundial

Essenciais para indústrias de alta tecnologia, defesa e transição energética, esses recursos estão no centro de disputas comerciais e diplomáticas entre grandes potências, como Estados Unidos, China e União Europeia.

O que são minerais estratégicos e terras raras?

Minerais estratégicos são aqueles considerados essenciais para setores econômicos e militares, cuja oferta é limitada ou concentrada em poucos países. Entre eles, destacam-se o lítio, cobalto, níquel, grafite e urânio, fundamentais para a produção de baterias, semicondutores e equipamentos militares.

As terras raras, por sua vez, são um grupo de 17 elementos químicos, como neodímio, térbio e disprósio, usados na fabricação de turbinas eólicas, veículos elétricos, smartphones e mísseis guiados. Apesar do nome, esses minerais não são exatamente raros, mas sua extração e processamento são complexos e ambientalmente impactantes.

A China e o domínio do mercado

A China controla cerca de 60% da produção global de terras raras e mais de 80% da capacidade de refino, colocando-a em posição de vantagem estratégica. Essa dominância permite que o país utilize os minerais como ferramenta de influência geopolítica, restringindo exportações em momentos de tensão comercial, como já ocorreu nas disputas com os EUA e o Japão.

Diante disso, nações ocidentais têm buscado reduzir a dependência chinesa, investindo na diversificação das cadeias de suprimentos. Os Estados Unidos, por exemplo, expandiram parcerias com países como Austrália e Canadá, enquanto a União Europeia lançou planos para incentivar a mineração e o refino dentro do bloco.

Brasil e o potencial para liderar o setor

O Brasil possui vastas reservas de minerais estratégicos, incluindo níquel, nióbio, grafite e fosfato, além de depósitos promissores de terras raras. O país busca ampliar a exploração sustentável desses recursos, atraindo investimentos estrangeiros e fortalecendo seu papel no cenário global.

Recentemente, o governo brasileiro anunciou iniciativas para mapear novas jazidas e incentivar processos de extração menos poluentes, garantindo maior competitividade no setor sem comprometer o meio ambiente.

Desafios e perspectivas para o futuro

A corrida pelos minerais estratégicos está apenas começando. O crescimento da demanda por tecnologias limpas, como carros elétricos e energias renováveis, deverá aumentar ainda mais a importância desses recursos. A busca por cadeias de suprimento seguras, aliada à necessidade de sustentabilidade, moldará o futuro da geopolítica dos minerais.

Enquanto países investem em novas fontes e processos de reciclagem, a rivalidade entre as potências deve se intensificar, tornando os minerais estratégicos um dos grandes protagonistas das relações internacionais nas próximas décadas.

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