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Oficinas de profissionalização são oportunidades de transformação para reeducandos no DF

As oficinas de profissionalização da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), têm se consolidado como uma poderosa ferramenta de transformação social, oferecendo aos reeducandos não apenas capacitação técnica, mas também esperança de um futuro digno e produtivo.

Oficinas de profissionalização geram renda para reeducandos e suas famílias e facilitam sua reinserção no mercado de trabalho | Fotos: Divulgação/Funap-DF

Com a coordenação da Diretoria Adjunta para Assuntos de Produção e Comercialização (Dircop), as oficinas abrangem diversas áreas, como costura, serigrafia, marcenaria, concretagem, agricultura, cozinha industrial, manutenção de carrinhos e artesanato, incluindo um projeto voltado especificamente para o público transgênero.

“A profissionalização é um passo essencial para quebrar o ciclo da reincidência. Por meio dessas oficinas, estamos mostrando que a ressocialização é possível e que todos merecem uma segunda oportunidade”

Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania

Atualmente, mais de 250 reeducandos estão inseridos em postos de trabalho intramuros e extramuros, bem como nas oficinas, aprendendo habilidades que vão desde o cultivo agrícola até a confecção de produtos como camas PET, bolsas recicladas e brinquedos de madeira. Essas iniciativas não apenas garantem renda para os reeducandos e suas famílias, mas também fomentam sua reinserção no mercado de trabalho.

João*, de 32 anos, reeducando no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), encontrou na oficina de marcenaria uma nova perspectiva de vida. “Quando entrei na oficina, eu nunca tinha segurado uma ferramenta na vida. Hoje, faço cabideiros, tábuas de carne e até brinquedos. Quero usar essa experiência para abrir meu próprio negócio quando sair daqui. A Funap me deu uma chance de recomeçar”, afirma.

As oficinas ensinam reeducandos a produzir camas PET, bolsas recicladas e brinquedos de madeira, entre outros itens

Roberta*, de 28 anos, reeducanda na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), compartilha como a oficina de costura transformou sua vida: “Antes, eu não tinha nenhuma profissão e achava que não era capaz de nada. Aprendi a costurar roupas, bolsas e uniformes escolares. Esse aprendizado não só me dá esperança de ter um trabalho digno quando sair, mas também me faz acreditar que sou capaz de recomeçar. O apoio que recebo aqui mudou a forma como enxergo meu futuro”.

Além da capacitação, a Funap também destina parte dos itens produzidos para doação, fortalecendo seu papel social. Projetos como a confecção de enxovais para bebês, bolsas maternidade e brinquedos de madeira são exemplos de como as oficinas beneficiam tanto os reeducandos quanto a comunidade em ações no GDF.

Na área agrícola, a produção também é significativa: mandioca e milho plantados em 10 hectares, mudas de árvores nativas e frutíferas, mais de 7 mil blocos de concreto fabricados para uso interno, venda direta e projetos de doação, além do cuidado com uma diversidade de animais, como suínos, bovinos e aves.

“As oficinas representam mais que aprendizado técnico; elas são um resgate da dignidade e uma oportunidade de transformação. Cada reeducando que passa por essas capacitações sai mais preparado para a reintegração social”, afirma a diretora-executiva da Funap, Deuselita Martins.

A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, reforça a relevância do trabalho da Funap: “A profissionalização é um passo essencial para quebrar o ciclo da reincidência. Por meio dessas oficinas, estamos mostrando que a ressocialização é possível e que todos merecem uma segunda oportunidade”.

* Nomes fictícios.

*Com informações da Funap-DF

 

Fonte: Agência Brasília

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