Senador Wilder Morais é alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de desvio de recursos públicos

Published On: 27/08/2025 15:40

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Apurações miram possível participação do parlamentar goiano em esquema de irregularidades envolvendo verbas federais

Informações do Jornal O Popular mostra que determinação do STF levou a Polícia Federal a apurar 964 emendas parlamentares que somam R$ 649 milhões; especialistas veem risco de recursos se transformarem em ralo de dinheiro público em ano pré-eleitoral

O senador goiano Wilder Morais (PL) é alvo de investigação da Polícia Federal por suposto desvio de recursos de emendas parlamentares. Reportagem de O Popular, publicada nesta quarta-feira (27), mostra que R$ 1 milhão em emendas indicadas por ele estão sob apuração devido à ausência de planos de trabalho que comprovem a execução dos valores.

A investigação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, em decisão de domingo (24). O magistrado ordenou que o Tribunal de Contas da União (TCU) levante, em até 10 dias úteis, todas as emendas parlamentares sem plano de trabalho e encaminhe as informações às superintendências da Polícia Federal. A partir daí, cada caso poderá resultar na abertura de inquérito policial para apurar o destino do dinheiro.

No caso específico de Wilder Morais, a Polícia Federal apura se houve desvio ou uso irregular dos R$ 1 milhão indicados pelo senador por Goiás. As emendas impositivas fazem parte do Orçamento da União e são prerrogativa de deputados federais e senadores, que direcionam recursos a municípios e estados de suas bases eleitorais.

De acordo com o levantamento inicial, 964 emendas em todo o país estão nessa situação, somando R$ 649 milhões. O modelo em questão foi criado em 2019, com a justificativa de dar mais agilidade à aplicação das verbas. A modalidade permite repasses diretos a estados e municípios sem a necessidade de convênios ou de projetos específicos, como ocorria antes.

Embora apresentada como forma de acelerar a execução de políticas públicas, a prática passou a ser alvo de críticas pela fragilidade nos mecanismos de transparência. Para especialistas em contas públicas, a ausência de um plano de trabalho detalhado abre brechas para irregularidades, desperdício e, sobretudo, uso político-eleitoral do dinheiro.

O risco é ainda maior em ano pré-eleitoral. Recursos liberados sem controle podem se transformar em verdadeiro “ralo de dinheiro público”, financiando obras mal planejadas ou até mesmo nunca realizadas. Na pior das hipóteses, verbas podem ser desviadas e utilizadas como moeda de troca para garantir apoio político em campanhas, comprometendo a lisura do processo democrático.

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