Sondagem, escavação e concretagem: conheça as etapas do Drenar DF
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Para que a construção do maior programa de captação de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), o Drenar DF, avançasse de acordo com o cronograma estabelecido, foi preciso seguir uma série de etapas estratégicas para acabar com os alagamentos e ampliar a capacidade de escoamento em Brasília.
Entre as fases fundamentais do processo está a sondagem do solo, que antecede o início das obras. Nessa etapa, é possível conhecer as características do terreno, como o tipo de solo, a profundidade, a resistência e as condições geológicas.
Concluída a fase de estudos, um relatório técnico especifica as descrições das camadas de solo que auxiliam no planejamento da obra. É nessa hora que são definidos quais materiais serão usados para avançar com os serviços.
No Drenar DF, são usadas pás, picaretas e escavadeiras para escavar os 108 túneis que irão direcionar a água da chuva para a bacia de detenção do projeto. O reservatório tem capacidade para reter até 96 mil m³ de água, volume suficiente para abastecer 40 piscinas olímpicas. O tanque fica dentro do Parque Urbano Internacional da Paz, no Setor de Embaixadas Norte, próximo ao Lago Paranoá.
A etapa de escavação é a mais complexa, uma vez que é preciso criar espaço para a instalação de tubulações e galerias pluviais. A fase é organizada a partir da demarcação precisa da área de trabalho, que se baseia nos estudos prévios de sondagem.
Em seguida, a terra é removida para abrir o caminho necessário. O material removido é transportado para locais adequados ou reaproveitado em outras obras. Durante todo o processo, são tomados cuidados para evitar desmoronamentos e proteger as equipes envolvidas.
A cada 46 cm de solo escavado são instaladas chapas de aço curvadas para sustentar o túnel aberto, que tem diâmetro de 3,6 metros. Depois, é feita a concretagem, que garante a construção de canais resistentes ao volume de água
A escavação dos túneis foi possível graças à construção de 108 poços de visita (PVs). As estruturas verticais permitiram o avanço das obras de forma subterrânea, reduzindo o incômodo para a população. Por serem pontos de partida para a escavação das galerias, as entradas também são chamadas de poços de ataque, e serão pontos de manutenção, inspeção e limpeza do sistema quando as obras forem finalizadas.
A cada 46 cm de solo escavado são instaladas chapas de aço curvadas para sustentar o túnel aberto, que tem diâmetro de 3,6 metros. Depois, é feita a concretagem, que garante a construção de canais resistentes ao volume de água.
“Uma grande chapa de aço forma o arco do túnel”, detalha o diretor-técnico da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Hamilton Lourenço Filho. “Concluído o trecho de escavação, é colocada uma tela de aço que recebe o concreto projetado. Depois é aplicada uma argamassa de solo-cimento para finalizar as estruturas.”
Fim de alagamentos e enchentes
Executado pela Terracap, o Drenar DF foi dividido em cinco lotes. Com um investimento de R$ 180 milhões, o programa duplicará a capacidade de escoamento da região sem modificar a rede existente, dando fim a enchentes recorrentes em todo o período de chuvas.
A rede de tubulação começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá, seguindo em paralelo às quadras 902 (perto do Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte e o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), além da via L2 Norte, e chega à L4 Norte.
Concluída a primeira etapa do programa, que abrange as primeiras quadras da Asa Norte, a Terracap deve executar a segunda fase do projeto, que compreende das quadras 4 e 5 às quadras 14 da Asa Norte. O material está em aprovação na Novacap e aguarda recursos. Um terceiro projeto está em estudo para atender as quadras de finais 15 e 16.
Fonte: Agência Brasília